Marco Antonio Carbonari, dono da vinícola Villa Santa Maria, conta que a uva tempranillo tem muitos nomes, como Cencibel, Ull de Llebre, Tinta Roriz, Tinta del Toro ou Tinta del Pais e isso faz com que sua identidade não seja valorizada. No entanto, é uma das cepas mais versáteis que se tem notícia, mais que a quantidade de nome que as leva, o que faz que mais de 60 nomes sejam utilizados para se referir a ela na Europa.
Oriunda da Espanha, a uva Tempranillo é muito utilizada na elaboração de vinhos tintos e, devido à sua boa adaptação aos diferentes climas e solos, ela tem sido cultivada em diversos países do Novo Mundo, como na Argentina, Austrália, Estados Unidos e África do Sul. Outra característica é que ela brota rapidamente, ou seja, consegue amadurecer mais rápido e, consequentemente, tem um ciclo mais curto.
Marco Antonio Carbonari diz que o vinho produzido por ela tem acidez equilibrada, teor alcoólico de nível médio/alto, que varia entre 13 e 14%, textura macia e com taninos incrivelmente elegantes. Muitos amantes do vinho revelam que seus aromas estão no meio do caminho entre os da Cabernet Sauvignon e da Pinot Noir.
Hoje, também é possível encontrar bons vinhos argentinos produzidos com a Tempranillo. A uva foi levada para o país sul-americano pelos espanhóis e, graças a algumas bodegas, bebidas de qualidade e bem estruturadas estão sendo elaboradas no país — que já competem, inclusive, com os vinhos europeus.
Marco Antonio Carbonari conta que um dos grandes destaques da Tempranillo é sua versatilidade para a harmonização. Ela vai bem desde um prato mais gourmet e elaborado, como um suculento bife ancho com batatas rústicas, ou com nosso clássico PF brasileiro – arroz, feijão, batata frita e bife grelhado. Porém, se for um Tempranillo com passagem por barricas, aposte em pratos mais gordurosos, como uma picanha ou uma costela.