Justiça quebra sigilo de Milton Leite em investigação de lavagem do PCC

Krüger Balm
By Krüger Balm 3 Min Read

Promotores do Gaeco afirmam que o vereador teve “papel juridicamente relevante na execução dos crimes sob apuração” envolvendo a Transwolff


A Justiça quebrou os sigilos fiscal e bancário do presidente da Câmara de São Paulo, Milton Leite (foto; União Brasil) no âmbito da Operação Fim da Linha, que investiga crimes ligados ao transporte público na capital paulista

Segundo promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo), Milton Leite teve “papel juridicamente relevante na execução dos crimes sob apuração” envolvendo a Transwolff, empresa de ônibus da zona sul. A informação foi divulgada pela Folha.

No documento em que pede a quebra de sigilos, o Ministério Público apontou, em fevereiro do ano passado, a possível ligação do político com os dirigentes da Transwolff.

O afastamento dos sigilos bancário e fiscal se justifica pela necessidade em se combater a prática de ilícitos penais, tratando-se de medida judicial em processo preparatório imprescindível à colheita de provas necessárias à instrução da investigação criminal”, afirmou o juiz Guilherme Eduardo Martins Kellner, da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores, na decisão de autorizar a quebra dos sigilos.

Milton Leite disse à Folha desconhecer a quebra de sigilo pela Justiça e afirmou ser apenas testemunha no caso.

Operação Fim da Linha

A operação do Ministério Público de São Paulo, realizada em parceria com a Polícia Militar, trouxe à tona um complexo esquema de corrupção envolvendo vereadores de diversas cidades paulistas e empresários ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Batizada como “Operação Fim da Linha”, a ação teve como objetivo desarticular uma rede criminosa acusada de favorecer empresas em licitações de serviços públicos em troca de propina.

Segundo o MP, só em 2023 as duas companhias investigadas, a Traswollf e a UPBus, receberam mais de 800 milhões com o serviço de transporte público: a primeira abocanhou 748 milhões e a segunda, 80 milhões de reais.

O esquema, segundo investigações do MP, era sofisticado e envolvia a atuação de empresas, muitas vezes em conluio ou diretamente ligadas ao PCC, que forjavam concorrências para assegurar contratos com entidades municipais.

A manipulação dessas licitações garantia à quadrilha contratos milionários relacionados principalmente a serviços de limpeza e vigilância nas dependências das Câmaras Municipais e outros prédios públicos.

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