A inteligência artificial (IA) e o machine learning (ML) estão remodelando a prática tributária de maneira profunda. Leonardo Siade Manzan menciona que o que antes era um trabalho altamente manual, baseado na análise extensiva de dados e documentos, agora pode ser automatizado com precisão e rapidez. Ferramentas baseadas em IA conseguem ler, interpretar e cruzar documentos fiscais com bases regulatórias em segundos, o que proporciona agilidade na conformidade e minimiza riscos de erros humanos.
Esse avanço libera os profissionais tributários para se concentrarem em atividades mais estratégicas, como o planejamento fiscal e a mitigação de riscos, em vez de tarefas operacionais repetitivas. Saiba mais, a seguir!
A detecção de fraudes fiscais se tornará mais eficiente com IA?
Sim, e já está acontecendo. A detecção de fraudes fiscais é uma das aplicações mais promissoras da inteligência artificial no setor tributário. Por meio de algoritmos de machine learning, os sistemas são treinados para identificar comportamentos anômalos em um vasto mar de dados financeiros. Esses padrões suspeitos, que poderiam passar despercebidos por olhos humanos, são destacados automaticamente para investigação.
Segundo Leonardo Siade Manzan, isso inclui desde transações atípicas até inconsistências nos registros contábeis. Com o tempo, o sistema aprende com novos dados e se torna ainda mais preciso. Além de ajudar a proteger o fisco, essas ferramentas são valiosas para empresas que desejam manter seus processos auditáveis e em conformidade, evitando penalidades severas.
É possível prever riscos e passivos tributários com IA?
Definitivamente. A análise preditiva é uma das vertentes mais poderosas da IA no campo tributário. Ao cruzar dados históricos de declarações fiscais, balanços financeiros e tendências macroeconômicas, algoritmos de machine learning conseguem identificar riscos futuros e estimar passivos tributários potenciais com alta precisão. Isso permite que as empresas se preparem com antecedência, ajustando estratégias e reservando provisões adequadas.

Profissionais que dominam essa tecnologia — seja ela voltada para análise de dados, automação fiscal, inteligência artificial ou machine learning aplicados ao compliance tributário — ganham um papel ainda mais estratégico dentro das organizações. Isso porque suas análises deixam de ser meramente reativas ou descritivas e passam a ter um caráter preditivo e prescritivo, fundamentais para antecipar cenários, avaliar riscos e identificar oportunidades de otimização fiscal.
Esses profissionais se tornam agentes de transformação dentro das empresas, contribuindo diretamente para a geração de valor. Suas análises passam a ser peças-chave na construção de estratégias corporativas, auxiliando não apenas o departamento tributário, mas também áreas como finanças, planejamento estratégico, M&A, jurídico e até o conselho administrativo.
Para Leonardo Siade Manzan, em um cenário onde a legislação tributária é extremamente dinâmica, detalhada e, muitas vezes, complexa — especialmente no Brasil, que vive um momento de transição com a reforma tributária e a crescente digitalização do fisco —, possuir essa capacidade preditiva se torna um diferencial inestimável. Mais do que simplesmente garantir o cumprimento das obrigações fiscais, esse profissional consegue antecipar impactos de mudanças regulatórias, projetar cenários futuros, identificar riscos de autuações e, ao mesmo tempo, explorar de forma ética e segura oportunidades de eficiência tributária.
A IA vai substituir o profissional tributário?
Apesar do avanço tecnológico, a IA não veio para substituir o profissional tributário, mas sim para potencializá-lo. Leonardo Siade Manzan explica que as máquinas são excelentes em analisar grandes volumes de dados rapidamente, mas ainda carecem da sensibilidade e do julgamento humano necessário em decisões complexas, como planejamento tributário e interpretação legal.
O profissional que souber utilizar ferramentas de IA de maneira estratégica será ainda mais valorizado no mercado. A combinação entre inteligência artificial e inteligência humana tende a criar uma sinergia poderosa, elevando a qualidade e a precisão dos serviços tributários prestados. Portanto, o papel do especialista tributário está em transformação, não em extinção.
Em suma, a inteligência artificial e o machine learning não são apenas tendências passageiras, mas pilares da transformação digital no setor tributário. À medida que as tecnologias evoluem, novas oportunidades surgem para quem estiver preparado. Leonardo Siade Manzan frisa que o futuro do setor tributário será cada vez mais orientado por dados — e quem dominar essa linguagem estará na dianteira.
Autor: Krüger Balm